segunda-feira, 14 de junho de 2010

Relações Públicas ou “morte”!

ROBERTO PORTO SIMÕES


Nenhuma empresa entra, se mantém e, tampouco, se desenvolve em mercado competitivo de sociedade democrática, sem que, entre outras variáveis, seu produto/serviço seja conhecido por esse mercado. Todavia, o sucesso de uma empresa não se limita à comunicação, no sentido de publicidade de produto/serviço. O êxito organizacional, algo mais amplo. Passa, necessariamente, por decisões adequadas e das mesmas, inicialmente, para com os empregados/funcionários e depois para com todos os públicos, além dos consumidores e clientes.

Algumas empresas, mesmo satisfazendo todas as variáveis do marketing, podem desaparecer ou ter grandes prejuízos em razão de conflitos com seus públicos. Exemplo a citar: um bar que, faturando plenamente com a casa cheia, foi fechado por produzir barulho “excessivo”, importunando a vizinhança, integrada em uma associação de moradores organizada e forte. Este bar, ao reabrir, alguns meses após, não tinha mais freguesia. Esta se dispersara, mudara de hábitos. Isso ocorre porque a empresa possui inúmeros outros públicos, além dos clientes, com os quais troca algum bem. Ex.: os funcionários recebem salários e fornecem sua mão-de-obra; o governo concede permissão para funcionar e recebe impostos. A comunidade cede seu espaço e seu ar, recebendo em troca, os benefícios que a empresa produz em seu todo. Certamente que àquela não lhe agrada a poluição do ar pela indústria e o movimento e a sujeira perto de um super mercado. A organização deve transacionar com vantagens para si e para os públicos que afetam seus objetivos. “O bom negócio é o que agrada ambas as partes”.

A probabilidade de ocorrência de problemas com os públicos, bloqueando o processo de intercâmbio, depende das informações divulgadas do que faz e diz a organização em relação a expectativas dos mesmos em determinado momento histórico-conjuntural. Esse agir e dizer se inicia pelas políticas e normas estabelecidas pelos diretores, gerentes e chefes, se transmite pelo que fazem e dizem os empregados, pelo que divulgam as notícias e a publicidade e termina pela satisfação que provoca a qualidade do produto/serviço. Ex.: Atendimento mal feito em uma agência bancária pode expulsar clientes. Anúncio comercial de empresa estatal com monopólio pode gerar má vontade, pelo menos nos lideres de opinião e depois certamente nos contribuintes.

As expectativas dos públicos, a sua vez, correlacionam-se diretamente com os níveis de informação e participação na sociedade das pessoas que constituem os mesmos. Quanto mais politizada uma pessoa, mais exigente será. A profundidade dos problemas com os públicos depende do nível de democracia participativa da comunidade, do envolvimento dos meios de comunicação de massa (com o dever de oficio de denunciar os deslizes das organizações) e de uma estrutura judiciária forte e eficaz.

Cada vez mais a sociedade se organiza. (Veja: as associações, sindicatos, etc.), os meios de comunicação possuem liberdade de imprensa e o poder judiciário se flexibiliza. Certamente, as organizações, além de produzir bom produto/serviço, terão de apresentar com outros benefícios sociais.

Assim, o administrador eficaz, além de se ocupar dos aspectos mercadológicos, produção, financeiro, potencial humano, pesquisa e desenvolvimento, estabelece, também, políticas, normas e programas de Relações Públicas com seus públicos, por saber que isso facilita as transações, é anticorpus aos problemas de relação de poder que surgem, naturalmente, entre as partes envolvidas e, também, é ponto forte na competição com os concorrentes.

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