segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Radio online RP



Quando puderem ouçam a Rádio RP, os entrevistados são profissionais da área e os assuntos são sempre muito pertinentes.

Vamos prestigiar esse espaço que dscute e informa todos que se interessam pelas Relações Publicas.
Segue abaixo a página para acessar:

http://www.megabrasil.com/radio/radio.htm

Twitter: RedeNacionalRP

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

" Como o jornalismo está se adaptando às mudanças na Comunicação"

Direto da redação, Miriam Leitão conversa com o jornalista Rosental Calmon Alves sobre a comunicação e como as empresas podem lidar com o mundo digital.

Excelente entrevista!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Relações públicas une administração e comunicação


Profissão é cada vez mais valorizada nas empresas preocupadas com a opinião pública

"A carreira de relações públicas ensina a gerenciar a comunicação interna e externa de diferentes tipos de organizações, sejam elas privadas, públicas ou do terceiro setor. Empresas, ONGs, órgãos do governo, estatais, sindicatos - estas e outras entidades estão dentro da esfera de atuação de um recém-formado da área.

A profissão envolve planejar e pensar estrategicamente as formas de comunicação, de acordo com a coordenadora do curso de relações públicas da USP, Margarida Maria Kunsch.

- As empresas não aceitam mais "improvisar" a forma como falam com a imprensa, com seus clientes, com o governo e a comunidade. Ela quer um bom profissional. Para ser bom, ela cobra que ele conheça e saiba manusear todas as mídias, sejam impressas, digitais e audiovisuais.

Não faltam vagas no mercado. Áreas que estão em expansão na carreira são o gerenciamento de crises - quando um produto sofre um recall, tem má repercussão ou quando há um acidente, por exemplo. Nestes casos, afirma Margarida, cabe ao relações públicas decidir o que o porta-voz da empresa vai falar, quando fala e quem está autorizado a se pronunciar. Ele também redige os comunicados à imprensa.

O monitoramento do que está sendo publicado sobre a organização na internet também é uma seara promissora no mercado. Cresceu muito o número de concursos para relações públicas em estatais nos últimos anos - segundo a coordenadora do curso da USP, o setor estatal paga melhor do que o privado.

No Brasil, são oferecidas 122 graduações em relações públicas, segundo dados do MEC (Ministério da Educação). A duração do curso é de quatro anos e a maior parte deles está concentrada no Sul e Sudeste, notadamente RS, SP e RJ.

Margarida detalha:

- O aluno vai ter matérias de ética, sociologia e psicologia da comunicação nos dois primeiros anos. Mescladas a elas há as mais específicas, como assessoria de imprensa, pesquisa de opinião e comunicação organizacional.

O último ano do curso reserva as disciplinas mais práticas. Os alunos vão estudar gestão estratégica, produção de jornais institucionais e elaboram um projeto experimental.

- O projeto dura seis meses, é um estudo de caso de uma empresa ou organização real. Feito em grupo, o trabalho analisa todos os aspectos relevantes da comunicação da entidade escolhida. Um bom trabalho propõe soluções para problemas encontrados, além de inovações e reduções de custos.

Na maioria das universidades particulares, o projeto experimental é o último trabalho que o estudante vai enfrentar antes de obter o diploma. Nas públicas como a USP, entretanto, o aluno tem ainda uma monografia pela frente.

O estágio, apesar de não ser obrigatório, é "fundamental para conhecer o mercado de trabalho e ter experiência na profissão", diz Margarida, que coordena o curso da USP. A média salarial de um recém-formado, diz ela, é de R$ 2.000 - mas varia conforme a organização em que o profissional trabalha. No setor público, via concurso, os pagamentos podem ser de até R$ 7.500 para início de carreira, afirma Margarida."

Rafael Sampaio, do R7

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Você é um lider?

Na medida em que você busca uma posição de liderança precisará trabalhar aspectos comportamentais em si próprio. O entendimento de como você é visto nos grupos sociais, familiares e, principalmente, profissionais pode ser de grande ajuda nessa caminhada.
Há pessoas que exercem uma liderança natural, outras que precisam aprender a fazer isso. Em grupos de líderes, inclusive. Há sempre aquele que se destaca dos outros, é sempre assim.
Para que você possa avaliar se já exerce essa aptidão de modo natural e talvez mesmo inconsciente, preparamos um exercício que irá ajudá-lo a verificar o quanto os grupos que você freqüenta o percebem exercendo uma liderança.
É preciso bastante cuidado com a forma como você vai responder e ponderar sobre cada ponto neste exercício. Lembre-se que, se você já exerce alguma função gerencial, seus subordinados poderão muito bem aparentar alguns comportamentos na linha proposta pelo exercício, mas podem ser apenas exteriorizações de respeito à função que você já exerce, ou mesmo subserviência. O ideal será você avaliar sempre o comportamento de pessoas usando um grupo referência que esteja no mesmo nível hierárquico e/ou social que você.
Seja muito crítico e honesto nas respostas, não se subestime mas também não se superestime. Em todos os grupos existem lideranças naturais e o objetivo aqui é determinar o quanto isso ocorre com você, mas lembre-se que há sempre muito mais liderados do que líderes.

Assim, as chances reais de exercer liderança são de 1 para o nº de pessoas do grupo referência. Se o grupo tiver 10 pessoas, então é uma chance em 10. Vamos lá? Marque as opções que mais se aproximam de sua realidade, some os pontos e depois confira o escore. Esse exercício não o classifica como um líder realmente, mas lhe dá uma boa idéia de como você é percebido pelas pessoas quanto a emanação natural de alguns quesitos básicos de liderança.
O QUANTO VOCÊ É VISTO COMO LÍDER?
1) Quando você está andando com um grupo de 3 ou mais pessoas na rua, o quanto você fica no meio do grupo e dá o ritmo da caminhada?
A. Sempre ando ao centro e as pessoas normalmente caminham à minha volta, conversando. Usualmente eu dou a tônica do assunto e o pessoal me segue
B. Às vezes ando ao centro do grupo, outras vezes não. Não consigo qualificar melhor que isso
C. Não costumo ser o centro das atenções em situações como essa
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2) Em um grupo de pessoas iguais a você (hierarquia ou grupo social), quando você fala, o quanto as pessoas param para ouvi-lo?
A. Sempre. Normalmente eu sou a referência do grupo em qualquer assunto
B. Tenho que pedir a palavra às vezes com alguma veemência, mas uma vez capturada a atenção, sou ouvido cuidadosamente
C. O grupo é disperso e difícil de manter a atenção focada em mim
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3) Nesse mesmo grupo, quando você está falando, o quanto você é interrompido, em relação aos outros participantes?
A. Praticamente não sou interrompido. Sou o único do grupo nessa condição
B. Sou interrompido tanto quanto os outros, até onde posso perceber
C. É difícil falar para o grupo, sou um dos mais interrompidos
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4) E em grupos de subalternos?
A. Praticamente não sou interrompido
B. Sou interrompido para discussões às vezes
C. É difícil falar para o grupo, sou interrompido a toda hora
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5) Em grupos profissionais o quanto você é convidado para partilhar o horário de almoço com os colegas?
A. Freqüentemente, parecem procurar minha companhia
B. Mais ou menos. Partilhamos o horário quando nos encontramos, é meio ao acaso
C. Raramente me chamam
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6) Com que freqüência você é consultado em assuntos profissionais em relação a outras pessoas do mesmo nível?
A. Freqüentemente e em várias esferas de assuntos. O pessoal parece confiar mais em mim do que no resto dos chefes para muitos assuntos
B. Regularmente, tanto quanto os outros chefes
C. Pouco. Alguns dos outros chefes são muito mais procurados do que eu
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7) Em termos de gerencia ou chefia, como você acha que é visto?
A. Como um líder natural, forte, responsável e com autoridade
B. Como um gerente com autoridade delegada e com alguma liderança natural
C. Como um chefe. Eu mando, eles obedecem e é tudo
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Resultado do teste:
Agora conte os pontos. 5 pontos para cada letra A, 3 pontos para cada letra B e 1 ponto para cada letra C. O máximo de pontos possíveis é de 35 pontos.

As graduações são:
Atingindo os 35 pontos: Todos os indicadores são de que você é visto como o líder do grupo que usou como referência.
Entre 33 e 30 pontos: Há sinais claros de que você já exerce alguma liderança natural sobre as pessoas do grupo que usou como referência, mesmo que você não se dê conta disso.
Entre 29 e 23 pontos: Na maioria dos momentos você é percebido como exercendo uma espécie de liderança freqüente, mas circunstancial.
Entre 22 e 17 pontos: A liderança circunstancial ocorre, mas em escala bem mais simples. Você não se destaca no grupo.
Entre 16 e 10 pontos: Raramente você faz sua voz ser ouvida no grupo. É algo a ser avaliado. Pergunte-se o quanto você gosta de pertencer a esse grupo e o quanto a situação lhe é confortável.
Menos que 10 pontos: As pessoas mal percebem que você faz parte do grupo. Você não participa, não expressa sua opinião e quando o faz, provavelmente ninguém presta muita atenção. Como no item anterior, pergunte-se o quanto essa rotina lhe é confortável ou não.
Você não se deve deixar abater se o escore obtido não o agradou. Considere isso um feedback precioso de você para você mesmo. Analise os resultados, pondere e inclua tudo isso em seu plano de desenvolvimento, lembrando sempre que agora você sabe mais sobre si próprio do que sabia antes.

por , vice-presidente da Thomas International.
Teste elaborado Edson RodriguezReinaldo Polito por , vice-presidente da Thomas International
Extraído da revista VocêS/A

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Clientes nas redes sociais: aliados em potencial

" Em tempos de participação ativa dos internautas, por meio das redes sociais e blogs, alguém ainda duvida do poder que se concentra nas mãos desses que, de receptores, passaram a agentes, e de simples consumidores passaram a formadores de opinião capazes de influenciar grandes grupos em suas decisões?

No livro Citizen Marketers – Clientes Armados e Organizados, Ameaça ou Oportunidade?, os autores Ben McConnell e Jackie Huba definem quatro “Fs” para o que denominam “citizen marketers” algo como “marketeiros cidadãos”, em uma tradução livre. Os chamados ‘Filtros’ seriam “serviços eletrônicos humanos”. Eles produzem um trabalho jornalístico próprio, mantêm blogs, coletam reportagens e dão a elas um novo formato. Esses blogueiros frequentemente escrevem sobre uma determinada empresa ou serviço sem receberem nada por isso, além de receita gerada pelo Google AdSense ou pela sua participação normal em programas afiliados.

Muitas vezes, no entanto, esses blogs tomam uma proporção notável, tornando-se referência no assunto abordado e permitindo até mesmo que seus autores vivam da renda levantada por eles. É o caso de Dennis Loyd, criador do iPodLounge.com. O site tem mais de 4 milhões de visitantes por mês, e com a receita da propaganda Loyd deixou seu emprego e contratou funcionários. Na seção “About Us”, o site conta sua história e se apresenta como “um fornecedor independente de informação sobre o iPod, da Apple, e o iPhone, seus acessórios e softwares relacionados”, destacando ainda que são independentes da Apple – uma informação relevante para quem eventualmente chega ao site sem saber que não se trata de um blog mantido pela companhia de Steve Jobs.

Se os Filtros já são personagens tão relevantes para o posicionamento e a imagem de uma empresa, os ‘Fanáticos’ vão além e geralmente veneram, em seus sites, as companhias que elegem. Comida e entretenimento são os ramos mais focados pelos ‘Fanáticos’. “Os fãs do suspense ‘Angel’ da Warner Brother levantaram mais de US$ 41 mil em 2004 para convencer a rede a colocar o programa de volta em uma sexta temporada”, contam os autores, dando outros exemplos memoráveis de mobilizações dos internautas que originaram finais não imaginados para os objetos de seu fanatismo.

Os chamados ‘Facilitadores’ criam comunidades on-line nas quais os participantes atuam, muitas vezes, como técnicos de call center, fornecendo informações que podem ajudar os outros membros a resolver problemas com produtos. Os ‘Facilitadores’ atuam independentemente de empresas e produtos, mas alguns têm procurado obter o aval das companhias.

E, por último, os ‘Foguetes‘ são aqueles citizen marketers que fazem sucesso com uma única ação, dando origem, por exemplo, a virais que circulam pela internet – e que são criados de forma amadora, sem que eles imaginem o sucesso que virá. De forma explosiva e surpreendente, esses agentes podem trazer contribuições positivas para uma empresa, melhorando sua imagem e aceitação entre os consumidores, ou chamar a atenção para pontos fracos da companhia, quando expõem sua insatisfação com serviços prestados e “convidam” outros Foguetes a protestarem nas redes também.

Seja qual for o “F” que melhor define os citizen marketers relacionados à sua empresa, não há mais como ignorá-los. Mais que isso, é preciso aproveitar essa potencialidade, aliando-se aos consumidores, dando-lhes cada vez mais voz e de fato ouvindo-os e levando seus comentários em consideração. Não dar atenção a eles pode significar um prejuízo de difícil ou até improvável recuperação."



Camila Leporace é jornalista com foco em desenvolvimento de conteúdo para websites, pós-graduada em Marketing Digital e gerente de conteúdo na Avantare Consultoria Interativa.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Turma do 3o semestre do curso de Relações Públicas







Nos dias 28/09 e 05/10 foram realizadas na Faculdade Jk/Anhanguera, as apressentações dos grupos, na disciplina de Comunicação Organizacional.
Os temas foram:

- Comunicação Administrativa;
- Comunicação Interna;
- Comunicação Mercadológica;
- Comunicação Institucional.

Fiquei surpresa e feliz com o ótimo nível do conteúdo teórico apresentado pelos grupos, com exposição de cases e vídeos.
A turma, demonstrou que está colocando em prática as ferramentas de RP, como por exemplo: planejamento, organização e execução de um projeto, no caso a apresentação.

Como tenho dito em sala de aula, a faculdade e um laboratório, que nos permite exercitar, errar, aprender, questionar e criar, só assim, porteriormente, colocaremos em prática no nosso ambiente profissional o que aprendemos.

Parabéns alunos do 3o semestre de Relações Públicas!!

domingo, 4 de outubro de 2009

Desafios da gestão multicultural fazem parte do cotidiano dos comunicadores

"A proposta era refletir sobre as formas de resolver questões interculturais para adquirir vantagens competitivas que fortalecessem a posição da organização num mundo globalizado e identificar perspectivas culturais que são geradas quando campanhas de comunicação para corporações globais são implementadas, a partir de indicadores de comportamento. E o desafio foi vencido pelo consultor mexicano Salvador Apud, que esteve em São Paulo/SP para o treinamento "Comunicação Intercultural: Cultura, Diversidade e Comunicação", organizado dentro do Programa de Cursos Avançados Internacionais da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial/ABERJE durante todo o dia 12 de agosto de 2009.
O instrutor é associado sênior do Instituto de Formação em Gestão Intercultural/ITIM Internacional para as Américas. Ele começou discutindo problemas de enfoque nas estratégias de absorção de indicadores culturais de outros países, a começar pelas opções de livros do tipo "como fazer negócios em...", porque trazem a perspectiva de uma única pessoa e uma única visão de vida, sem adequação à realidade do leitor. Outro erro freqüente apontado diz respeito às prioridades de disciplinas dos cursos de Relações Internacionais. Pesquisa da consultoria Pricewaterhouse Coopers, com executivos experientes de grandes empresas, aponta que as diferenças de legislação, contábeis e fiscais e até as diferenças de práticas de gestão recebem menos atenção ou preocupação do que as alterações de comportamento individual e as diferenças culturais. Outro processo normalmente equivocado nas estratégias de globalização das empresas, na opinião dele, acontece na exportação ou abertura de unidades no exterior sem ter antes uma consolidação no próprio país. Há uma série de organizações com forte presença internacional sem ainda ter uma política de relacionamento cultural definida. A tendência à padronização de comportamentos, métodos e estruturas conforma outra situação de erro comum. "Há um limite na uniformidade de políticas e técnicas. Cada organização, para ser efetiva, precisa de uma cultura, de um modo de fazer as coisas. Os conceitos que existem sobre isto estão obsoletos", assinala.

Ainda outra questão foi questionada por Apud: o uso de livros e seus modelos de gestão e cãounicação estrangeiros, que têm validade como ponto de análise, mas não compreendem as dinâmicas de outras comunidades, dadas as evidentes distâncias culturais. Há, conseqüentemente, um desenho e uma produção de campanhas de comunicação impregnadas de erros pelo descuido com os ambientes interculturais. E todos os elementos básicos da comunicação recebem impacto, como a linguagem e as reflexões sobre tradução textual e significado, os valores, o estilo de comunicação verbal e não-verbal e as variações de conteúdo e contexto, a matriz de comunicação com ênfase no gênero interpessoal ou nos meios e ainda o estilo retórico. Ele comenta que "quando as práticas e teorias de comunicação viajam através das fronteiras nacionais, sua efetividade é inversamente proporcional à distância cultural entre os países de origem e destinatário". Toda gestão envolve os juízos etnocêntricos e os choques culturais e por isto "alcançar a unidade global através da incorporação da diversidade cultural é uma das metas mais transcendentes hoje. E o primeiro passo é tomar ações para compreender a situação intercultural". O desconhecimento frente a estas questões leva a resultados negativos significativos frente às fusões internacionais, de acordo com apontado por pesquisa da KPMG: 54% delas destruíram valor, 30% não permitiram detectar avanços e somente 17% agregaram valor.

Um dos recursos que podem ser lançados pelos comunicadores é a aprendizagem sobre Psicologia Cognitiva e como se dá significado às coisas, como se experimenta o mundo exterior através dos sentidos. O comportamento humano deriva de um conjunto de cultura nacional apreendida coletivamente por um grupo, as características herdadas e de formulações individuais. A cultura organizacional está impregnada em sua essência destes valores amplos como códigos acordados entre todos, recobertos de símbolos, heróis e rituais. "Estranho que os processos de recrutamento das empresas buscam perfis de personalidade e não os perfis de valores. Os significados que temos advêm da forma com que os aprendemos e registramos antes na mente. Mas sempre teremos uma ideia incompleta do que ocorre", assinala ele. Experimento com estudantes norte-americanos e japoneses, solicitados a descrever uma imagem que continha um aquário, mostrou a complexidade das diferenças culturais: os primeiros falaram nos peixes, e os outros citavam em detalhes as pedras, o recipiente, as plantas, sem focar nos peixes.

Apud então buscou afinar a conceituação de cultura. Em um sentido limitado, seria civilização ou artes, e num sentido antropológico é a programação coletiva da mente humana que distingue um grupo de outro. A cultura nas organizações pode ser facilitadora ou inibidora das comunicações, porque ela pode afetar formas de pensar, perceber e dar significado; influenciar a preferência por valores; determinar as formas de comunicar, atuar e organizar e de relacionar. O modelo 7S da Efetividade Organizacional da consultoria McKinsey trata da cultura organizacional numa rede interconectada de estrutura, sistemas, competências-chave, estilos de liderança, processos de trabalho e metas e estratégias. A atuação multicultural, segundo o modelo 5D de competências cross-cultural da ITIM, depende de atributos pessoais como valores, crenças, flexibilidade, perseverança, capacidade multilínguas e conhecimentos culturais geral e específicos da nação. A estes componentes é acrescentada a estrutura institucional da empresa, que pode ser mais ou menos etnocentrista. Estranhamente, pontua ele, casos de escolha de expatriados nas empresas decorrem somente da experiência técnica, o que tem levado a 70% de insucessos nestas experiências.


DIMENSÕES
O modelo de Geert Hofstede de comportamento das pessoas nas organizações multiculturais, realizado com mais de 100 mil trabalhadores em vários países do mundo, foi analisado. Ele indica que as diferenças culturais entre países podem ser explicadas por quatro dimensões da cultura. A distância do poder (PDI) é o grau no qual os membros menos poderosos das organizações aceitam que o poder está distribuído desigualmente. Sociedades de baixo PDI requerem maior independência, usam a hierarquia por conveniência, dão ênfase à igualdade e têm superiores sempre acessíveis com estilo gerencial consultativo. Aquelas com alto PDI têm maior dependência, a hierarquia é existencial, há ênfase nos privilégios e símbolos de status e os superiores estão pouco acessíveis com estilo gerencial paternalista. O manejo com autoridade tem implicações na tomada de decisões, no fluxo de informações, no reconhecimento de status e posição, na delegação e empoderamento e nas atitudes entre chefes e subordinados.

Outro indicador de Hofstede é o nível de indivualismo e coletivismo (IDV). Em sociedades individualistas as pessoas protegem-se e preocupam-se somente consigo mesmas e com sua família mais próxima. Valem as opiniões individuais, é difícil trabalhar em equipe, a comunicação é implícita e há perda de auto-estima e culpa. Em sociedades coletivistas, as pessoas pertencem a grupos (famílias, organizações) que os protegem e se ocupam deles em troca de lealdade. Valem as opiniões do grupo, equipes muito unidas são possíveis, a comunicação é implícita e há perda de identidade. No manejo de relações, muda o estilo da comunicação direta ou indireta, com preponderância ou não dos negócios, e influência na natureza da relação empresa e empregado - contratual ou moral. O processo de comunicação coletivista tem interação verbal indireta, mensagens implícitas e foco na criação de harmonia. A comunicação individualista tem interação verbal direta, mensagens explícitas e foco na liberdade de expressão. Ele explica que a comunicação direta é específica e precisa, valora as regras e descreve as conseqüências, já a comunicação indireta é imprecisa, valora a intuição e usa a ambivalência nas descrições. Há nos dois casos diferenças de contexto, que é quase nulo nos emails, cresce no telefone e é maior na interação face-a-face. Motivado por perguntas da platéia, ele sentencia: "não há um modelo melhor. O empowerment, por exemplo, só funciona para um quarto da população do planeta, para o restante não".

A outra dimensão é o nível de masculinidade (MAS). Os valores dominantes nas sociedades masculinas são o trunfo dos planos e projetos como ferramentas de status, com objetivos claros e incentivo à confrontação e à competitividade, enquanto que nas femininas há preocupação com os demais e com a qualidade de vida sobre os resultados em si, sendo mais flexíveis, atuando em co-operação independente na busca de consenso com metas mutáveis. Entre as implicações das sociedades deste enfoque está a escolha entre competitividade e solidariedade, entre desempenhos e necessidades, entre crescimento econômico e segurança social, entre confrontação e negociação.

O último ponto trazido pelo modelo de Hofstede é o nível de recusa da incerteza (UAI), ou seja o grau em que os membros de uma sociedade sentem-se ameaçados pela incerteza e ambigüidade e se esforçam para evitar essas situações. Uma taxa baixa de UAI mostra pouca necessidade de estruturas e regras, com ênfase em assumir riscos e não mostrar emoções, numa sociedade de pessoas mais descontraídas. Já nos grupos com alta tendência a evitar incertezas, há necessidade de estruturas e regras, com ênfase em segurança, mostrando emoções e com integrantes mais estressados. As implicações no manejo da incerteza acontecem na aceitação e reação diante de situações de riscos, contrabalanço entre necessidade de válvulas emocionais e de segurança e em diferenças nos processos de planejamento.

Estiveram presentes profissionais de empresas como Itaú-Unibanco, Natura, Abbott Farmacêutica, Vale Soluções em Energia, Rio Tinto, Baxter Hospitalar, Bimbo do Brasil e Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista/CTEEP. No mesmo formato de qualificação, já estiveram na entidade neste ano os consultores Paul Argenti e Shel Holtz, que falaram respectivamente de gestão estratégica da reputação e monitoramento de mídias sociais."

Fonte do texto: Site MundoRP de Rodrigo Cogo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mídia social, um movimento sem volta.



Estive conversando com amigos jornalistas durante o 12º Congresso de Comunicação sobre o frisson que a chamada Mídia Social vem causando em nosso meio. De uma hora para outra, todo mundo saiu correndo para criar blogs, entrar no Twitter, no LinkedIn e tornar-se um cidadão 2.0. Afinal, ninguém queria estar fora desta nova “onda”.

Porém, os que se propuseram a ir a além do simples interesse de um usuário comum, perceberam que o buraco é muito mais embaixo. Principalmente, para nós, profissionais de comunicação.

E qual a razão disso? A primeira é que o número de pessoas conectadas aumenta a cada dia. O IDG divulgou recentemente um estudo apontando que até 2012, teremos 800 milhões de internautas. É uma baita audiência que não deve ser desprezada. Outro agravante é que a geração M consome muita informação digital proveniente de uma infinidade de fontes. Isso implica em uma transformação brutal na forma de se fazer comunicação e gerar conteúdo.

De olho nisso, estamos há três anos estudando, observando e aprendendo com as redes sociais para mapear os impactos e caminhos desta evolução para o negócio de Relações Públicas. O Mário Soma que o diga, afinal foram dezenas de noites pesquisando e interagindo com hubs sociais de todo o mundo. Porém, felizmente, há muita gente boa, capacitada e com cabeça aberta estimulando o diálogo e fazendo as coisas acontecerem.

Estas descobertas nos levaram a questionar uma série de coisas. Primeiro, não adiantava apenas o blá, blá, blá com a nossa equipe e clientes sobre a importância da Mídia Social. Era necessário que eles experimentassem. E foi o que procuramos fazer. Para a equipe, campanhas de incentivo a blogar, twittar, flickar. Tudo isso, regado a uma série de oficinas para aprender e praticar durante o horário de trabalho. Sim, no mundo da Mídia Social, o profissional atua ligado nas redes sociais e ferramentas de media sharing o tempo todo. Não tem essa de proibir acesso a estas ferramentas!

Agora, um dos maiores desafios que nós, como profissionais de agências temos é de convencer os nossos clientes de que a Mídia Social é um movimento sem volta e que trouxe consigo uma quebra de paradigmas enorme, como por exemplo: Como manter a reputação da marca em um mundo não regido pelas leis convencionais? Em nosso caso, convidamos os clientes a experimentar, primeiro em pequenos grupos e depois expandindo. Tivemos resultados surpreendentes em casos que iremos apresentar neste mesmo espaço futuramente.

Bom, isso é apenas o começo e sem dúvida, é um caminho de descoberta de novas formas de fazer aquilo que nascemos para fazer: Comunicar e promover o diálogo."

Marcio Cavalieri

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Trailer e sinopse do filme Mar Adentro que será tema de ensaio dos alunos da disciplina de Estudos de Opinião Pública do curso de Relações Públicas



Se você é do tipo que lê a sinopse antes de sair de casa, já senta na poltrona sabendo o final de Mar adentro. E se for mesmo esse o seu caso, as lágrimas não vão surpreendê-lo pois essa é a história de alguém que quer morrer. Esse alguém é Ramón Sampedro (Javier Bardem), um ex-marinheiro tetraplégico para quem o sentido da vida se perdeu há 26 anos e que, agora, luta na justiça para legalizar a eutanásia e finalmente poder "morrer com dignidade". Ramón era um mecânico de barcos que aos 20 anos já dava a volta ao mundo e aos 26, num mergulho em águas rasas, instalou-se para sempre numa cama, entre as quatro paredes torturantes de seu quarto.

Desde então a vida para ele é uma "humilhante escravidão" e sua única fuga são os sonhos e a vidraça que separa o seu mundo do alheio. Esse é um drama em que morte e vida digladiam-se o tempo todo e, para nós, que queremos tanto viver, o espírito suicida de Ramón parece incompreensível; até percebermos que a liberdade era o sentido de sua vida e, perdendo-a, o que lhe resta não é mais vida, mas sua migalha. O passado livre e vívido vem e vai, invadindo sua memória e depois ficando para trás, em preto e branco nas fotografias. Nessas quase três décadas de clausura, houve tempo suficiente para pensar em tudo e decidir-se pela morte, e o filme nos torna partidários dessa idéia, quase cúmplices do personagem.

Porém, a grande contradição é que nosso suicida seja um homem tão vital, tão lúcido, tão inteligente e sedutor, que recorre sempre ao humor (negro, geralmente) e faz o mundo ao redor girar e a vida de todos fazer sentido. Além de também ser dono do sorriso mais doce da Espanha. E é esse sorriso a primeira coisa que encanta Julia (Belén Rueda), uma advogada que, por causa de sua doença degenerativa, se solidariza com a causa de Ramón. Ela pergunta: "Por que você sorri tanto?". A resposta é desconcertante: "Aprendi a chorar com sorrisos". Logo também chega Rosa (Lola Dueñas), uma operária solitária que o procurou para demovê-lo da idéia, depois de tê-lo visto na TV. E ambas se apaixonam, ao mesmo tempo em que nós. E até mesmo em quem já sabe o fim da história, nasce a esperança de que o amor impeça a tragédia.

Há momentos arrepiantes, como a viagem imaginária embalada pela ópera Nessun dorma de Pavarotti, ou quando Ramón acorda aos gritos de "Por que eu quero morrer?", as belas cenas de amor, a silenciosa despedida da família, ou quando Ramón lê para Julia seu poema, que empresta o título ao filme. "Pero me despierto siempre, y siempre quiero estar muerto, para seguir con mi boca enredada en tus cabellos". O coração gela.

A história é real, com algumas pinceladas de ficção. Mais uma vez a morte é trazida como tema pelo diretor (e roteirista, junto com Mateo Gil) Alejandro Amenábar, o mesmo de Os Outros e Preso na Escuridão. Porém, dessa vez ele vem mais ambicioso. Em algumas passagens tangencia o sentimentalismo, mas a maior parte do tempo consegue ser brilhante. Sua parcialidade às vezes é exagerada, trazendo poucos e fracos argumentos contrários, fáceis de serem contestados. Em contrapartida, a perfeição está em Javier Bardem, esse espanhol de 34 anos, já igualmente queridinho em seu país. Para o filme teve de aprender sotaque galego e passar uma média de 5 horas diariamente na maquiagem para que pudesse envelhecer 20 anos. É um personagem que passa 90% do filme imóvel sobre a cama, limitado a falas e expressões. Mesmo com tais limitações, a atuação consegue ser sublime.

Bardem merecia o Oscar, mas nem sequer foi indicado, além de ter perdido o Globo de Ouro para Leonardo DiCaprio (por O Aviador). Mas Mar Adentro, com orçamento de pouco mais de 13 milhões de dólares, ganhou o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro, teve duas indicações ao Oscar (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Maquiagem) e recebeu 15 indicações ao Goya, o Oscar espanhol, das quais venceu 14. Amenábar vem com tudo. Almodóvar que se cuide.

Ficha do Filme Mar Adentro:
Título em Português: Mar Adentro
Título original: Mar Adentro (The Sea Inside / Mare Dentro)
País: Espanha | França | Itália
Idioma: Castelhano | Galego | Catalão
Ano: 2004
Direção: Alejandro Amenábar
Roteiro: Alejandro Amenábar e Mateo Gil
Gênero: Drama
Elenco: Javier Bardem (Ramón Sampedro) | Belén Rueda (Julia) | Lola Dueñas (Rosa) | Mabel Rivera (Manuela) | Celso Bugallo (José) | Clara Segura (Gené) | Joan Dalmau (Joaquín) | Tamar Novas (Javier 'Javi' Sampedro) | entre outros.

sábado, 26 de setembro de 2009

Indicação de livro: As Marcas no Divã - Jaime Troiano


Há 25 anos, o dia-a-dia profissional de Jaime Troiano consiste em tentar compreender a fundo o consumidor, a fim de identificar o papel que as marcas desempenham em sua vida - e na vida das empresas. Seja como executivo de multinacionais (Young & Rubicam, MPM-Lintas, BBDO), seja como sócio-diretor da Troiano Consultoria de Marca, ao longo desse período ele testemunhou a evolução dos processos que envolvem a gestão de marcas, sua construção, seu desenvolvimento e sua multiplicação em novas áreas de produtos e serviços.

O livro As Marcas no Divã - uma análise de consumidores e criação de valor nasceu do desejo de Troiano de organizar os aprendizados dessa longa vivência, de modo a poder compartilhar seu repertório de conhecimentos e experiências num momento em que grandes desafios se impõem às organizações modernas. A obra mescla textos inéditos com os principais papers e estudos produzidos pelo autor acerca da conexão entre consumidores e marcas e de como esse vínculo cria valor para as empresas.



A gestão de marca, segundo Troiano, há tempos se alinha entre as grandes preocupações das empresas mais profissionais e estruturadas - branding seria, assim, apenas uma terminologia recente para uma atividade que sempre inquietou executivos de marketing e de comunicação. Na atualidade, porém, dois fatores marcam a diferença da moderna administração de marca: a existência de muitas e eficientes ferramentas à disposição do gestor, e a convicção de que a atividade deve ser disseminada por toda a empresa, ainda que liderada pelos profissionais de marketing e comunicação.

De forma clara, quase didática, Troiano explica essas ferramentas de gestão de marca e comenta a eficiência de sua aplicação, ao mesmo tempo em que passeia por temas como motivações emocionais do consumidor, estudos de etnografia da marca, segmentação de mercado, peculiaridades dos públicos feminino e jovem, identidade visual e sistemas de medição de resultados, entre outros. Como atrativo extra, o livro traz também um capítulo inteiramente dedicado a cases brasileiros, com a descrição de suas respectivas análises de comportamento de consumidor e de gestão de marca.



"Cada capítulo deste livro é uma lição de desenvolvimento, particularmente para aqueles executivos que desejam 'pensar fora da caixa'. Pensar dentro da caixa é fazer o que os outros estão fazendo, em torno de um núcleo de informação limitado que, a cada ano, fica menor", observa o presidente do Grupo Talent, Julio Ribeiro, no prefácio da obra. Ele acrescenta: "Ler estimula as sinapses do cérebro. Ler um livro como este provoca uma explosão de sinapses".

terça-feira, 22 de setembro de 2009

BRANDING - Marccelo : "devemos entender quais valores os consumidores buscam"

AAA
De acordo com Marcelo Guedes, coordenador de Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM-RJ) e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), as empresas, ao construírem a identidade de suas marcas, devem considerar tanto os ativos tangíveis quanto os intangíveis. “Cada vez mais, as organizações devem entender quais valores seus consumidores estão buscando. Ao reunir um conjunto deles, as companhias conseguirão deixar suas marcas ainda mais tangíveis”, explica.

Na opinião do consultor, não basta desenvolver a identidade de uma marca, é preciso ter uma boa gestão para mantê-la sempre em alta no mercado. Para isso, é necessário que cada profissional de marketing tenha profundo conhecimento de seu público. “Por meio dos stakeholders, pode-se verificar como a marca está sendo percebida”, ressalta Marcelo. E acrescenta: “A partir daí, é possível desenvolver um planejamento estratégico embasado com ações de comunicação específicas. Mas é importante lembrar que, hoje, as ações devem ter uma visão 360°, ou seja, envolver todos os participantes no processo”.

Acompanhe a entrevista concedida para a reportagem ‘Confiança, a essência da marca’, publicada na 12ª edição da revista Comunicação 360°.

Nós da Comunicação – De que forma a marca de uma empresa ou um produto pode melhorar sua visibilidade no mercado?
Marcelo Guedes – A marca pode melhorar totalmente a visibilidade de uma empresa ou produto no mercado. Na realidade, quando o consumidor busca um produto, a marca é algo que chama sempre a atenção. Há produtos, e até alguns commodities, que não têm uma marca tão representativa, mas na grande maioria das vezes, ela representa sim um grande peso. E cabe às organizações trabalharem cada vez mais a importância de sua marca, o que não é tarefa fácil.

Nós da Comunicação – Organizações devem considerar valores tangíveis e intangíveis, tido pelos consumidores como os mais importantes. Você concorda com essa informação? De que maneira as empresas podem identificar valores intangíveis e como os consumidores podem influenciar na definição da marca de uma empresa?
M. G. – Cada vez mais as organizações têm de entender quais são os valores, tanto tangíveis quanto intangíveis, que os consumidores estão buscando. Os valores devem ser identificados por pesquisas. Quanto mais envolve-se uma organização em pesquisas junto a seu consumidor, ao público-alvo e até a não-consumidores da marca – mas que têm intenção, têm conhecimento sobre o produto – mais fácil será a identificação desses valores.

Quando se trabalha com um produto, como um carro, os valores tangíveis são muito claros. Mas quando se trabalha um serviço, de um hotel ou até mesmo de uma lavanderia, os valores tangíveis são o de menos, pois, na realidade, o consumidor só aprovará o serviço a partir do momento em que usá-lo. Dessa forma, os valores intangíveis se tornam muito importantes na perpetuação dessa marca. Desde o nome, a fachada, a propaganda, a comunicação, a logomarca, ou seja, um conjunto de valores que devem ser trabalhados para tangibilizar muito bem essa marca.

Nós da Comunicação – Como se mensura o valor de uma marca (relacionado a valores tangíveis e intangíveis)? O que se deve levar em consideração?
M. G. – Esse é um aspecto muito interessante. Em marketing, a resposta sempre acaba em pesquisa. Você tem de entender seu cliente, o que valoriza sua marca, qual é a marca mais conhecida no mercado; se o cliente não vai comprar sua marca, qual marca escolhe, qual a marca do coração dele, qual a marca que ele sonha comprar. E identificar, depois, por meio também de pesquisa, o que o leva a ter essa marca como ícone. Ou seja, a pesquisa é importante em todo processo de análise e construção de uma marca.

Nós da Comunicação – Como a área de comunicação pode contribuir para uma gestão estratégica da marca?
M. G. – A área de comunicação pode contribuir muito, porque cada profissional de marketing tem de entender quem são os stakeholders de seu produto. Dessa maneira, tem de verificar como é a comunicação, como a marca está sendo vista por eles, participantes do processo, sendo um fornecedor, um parceiro, um cliente até um franqueado. A imagem da marca e todas as ações de comunicação devem estar atreladas a um grande plano estratégico. Não se admite mais hoje uma ação de comunicação que não esteja com a visão 360°, ou seja, envolvendo todos os participantes do processo e alinhada à estratégia de marketing. O primeiro passo, portanto, é definir a estratégia de marketing da empresa, utilizando a pesquisa. Depois, verifica-se como está a imagem com relação a cada participante, stakeholder, e, então, se estabelece uma estratégia de comunicação para cada um deles.

Nós da Comunicação – Como uma marca pode construir confiança e credibilidade? É possível dizer que o maior atributo da marca é a confiança que ela inspira na sociedade?
M. G. – Eu não digo que o maior atributo da marca é a confiança, mas posso afirmar, com certeza, que a confiabilidade, hoje em dia, é um dos atributos mais importantes. Sempre estará inserida na marca, seja de um produto ou serviço. A confiabilidade é fundamental em todo o processo.

Como a marca pode construir confiança e credibilidade? Primeiro, conhecendo detalhadamente seu cliente. Segundo, levantando os pontos que podem ser melhorados e aqueles dos quais você quer tirar proveito. E, por último: estabelecendo um canal de comunicação ideal, o melhor possível, tanto com a marca quanto com o cliente e o consumidor. Acredito que a estratégia do profissional de comunicação é entender o que é credibilidade, quais são as marcas que geram credibilidade e como está a credibilidade de sua marca com relação ao mercado e o que fazer para melhorar.

Nós da Comunicação – Qual é a importância de uma marca forte para uma empresa?
M. G. – Imensa. Hoje em dia, empresas conseguem sobreviver com a marca forte. As organizações apontadas como líderes de mercado ou têm certa longevidade e trabalharam muito bem a marca ou são empresas que construíram, num rápido espaço de tempo, uma marca baseada em valores. Mas a empresa que já tem a marca muito forte, consegue ter “gordura” para aguentar a concorrência. Se a concorrência vem com um produto forte, ela ainda tem tempo hábil para conseguir se superar. Acredito que uma marca forte é fundamental para uma empresa, isso é fato. E é importantíssima também para os consumidores.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Empresas offline e sua reputação online

Marcelo Vitorino

Quando nos referimos à qualidade dos serviços prestados ou produtos oferecidos, não são raras as ocasiões em que empresas consideradas como modelo têm opiniões negativas na internet. O que fazer nessa hora? Mandar desligar a internet não ajuda, se fosse assim, ninguém falaria mal da gigante das telecomunicações e recordista de reclamações online, a Telefônica, ela vive desligando a internet de todos e mesmo assim não fez mais amigos por conta disso.

Antes, o mundo offline e o online já estiveram separados por uma distância muito maior, pareciam duas ilhas de informação, mas graças aos processos envolvidos na “inclusão digital”, essa distância encurtou significamente, fazendo com que os dois mundos se misturassem e produzissem efeitos combinados. Hoje é plenamente possível um boato digital afetar as vendas do varejo tradicional de uma empresa, bem como, informações geradas em pontos de venda servirem de base para melhorias na comunicação digital de uma empresa.

O que a internet fez com as empresas? A resposta parece óbvia, mas deveria ser repensada por todo empresário. Para responder com maior propriedade, sugiro pensar nos principais pontos da internet:

•Não há limitação territorial
•Possibilidade de conteúdo colaborativo
•Ambiente interativo
•Informações fáceis de serem acessadas
•Usuários não identificados
Por um lado, a internet possibilitou às empresas uma integração maior com seus consumidores e também uma propagação muito mais rápida e eficiente de seus serviços e produtos. Por outro, ela expôs as marcas a todo tipo de comentário e reflexão, positivo ou negativo.

Sabemos que em todo processo fabril, um ou outro erro produtivo acontece, mesmo nas melhores marcas, antes isso era resolvido através do serviço de atendimento ao cliente ou em algum tribunal de justiça. Agora a parte prejudicada monta um blog, uma comunidade na internet, um fórum, um twitter e ainda assim promove o espancamento público da outra parte.

As empresas terão que repensar seus modelos digitais, tirando seus veículos de comunicação digitais do ostracismo institucional, colocando-os em seu devido lugar, como canais de interlocução com seus consumidores.

Até poucos anos atrás, bastava a empresa ter um site para estar representada na web, a alocação dos recursos envolvidos era direcionada à partir do marketing da empresa, que colocava o “investimento” como material institucional, praticamente uma apresentação dos produtos e serviços oferecidos.

O “investimento” deverá sofrer uma mudança com a web colaborativa, as empresas terão que tratar a internet como meio de comunicação e sua presença online como veículo próprio, como se tivessem uma revista, rádio ou um canal de televisão. Estruturas serão criadas, procedimentos novos adotados, mas para não errar na mão, basta ter uma coisa em mente, todo esse processo é baseado nas relações interpessoais, portanto, ao usar a internet não se esqueça que quem está do outro lado da tela ainda é uma pessoa.

*Publiciário e especialista em mídias digitais, Marcelo Vitorino é autor do blog Pergunte ao Urso

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As empresas e as novas mídias

Autor:





Quem não está na rede mundial de computadores? Difícil dizer. Se você fizer uma busca do seu próprio nome em uma ferramenta de busca on line provavelmente encontrará alguma menção. Essa referência pode ser proveniente de um amigo que citou você em algum texto e publicou em um blog, ou no Orkut ou no Twitter ou, até mesmo, pode ser um comentário que você deixou em alguma matéria que leu na internet. A realidade é que você está na rede, quer queira ou não, e você entra por vontade própria ou por força de terceiros.

Em relação ao último motivo, as empresas são as mais suscetíveis e são constantemente citadas na internet. Imagine como deve ser o retorno de uma marca conhecida como a Petrobras. Para ilustrar o raciocínio, fiz uma busca em sites como o Google, o Youtube e o Orkut. No primeiro exemplo, o retorno foi de 8.200.000 menções, no segundo 4.540 e no terceiro 213.

Sem sombra de dúvida, a internet potencializou a questão da propaganda boca a boca. Antes, o que uma pessoa contava para 10, 15 ou mais amigos, hoje, se ela participar do Orkut, por exemplo, e fizer parte de uma comunidade, pode-se levar a mensagem para 100, 200, 1.000 ou mais indivíduos de uma só vez, e essa mesma mensagem pode ser copiada e difundida em outros meios em questões de segundos. As empresas ganharam promotores, multiplicadores de opinião para o bem ou para o mal.

Controlar o que as pessoas dirão de você ou de sua marca é impossível. Mas, cuidar, acompanhar, participar e até mesmo influenciar no que andam dizendo é uma realidade que algumas empresas já fazem muito bem no mundo real e agora estão investindo para obter sucesso no virtual.

Recentemente, Yara Peres, sócia e vice-presidente do Grupo CDN, postou o texto “Olho vivo e faro fino nas redes sociais” abordando a questão da importância de acompanhar o bate-papo virtual e a complexidade e dificuldade das empresas em se inserirem nas redes. “O Facebook, o Twitter e tudo o que coloca mais de duas pessoas juntas conversando pela internet devem ser monitorados pelas agências de comunicação corporativa para criar movimentos de prevenção e evitar problemas potenciais no relacionamento com os públicos de interesse das empresas”, diz Yara. Ela complementa afirmando que “se, por um lado, é fundamental monitorar e mensurar o que se fala das empresas nas redes sociais, por outro, é importante dar um passo à frente nessa questão criando estratégias empresariais para fazer parte desse diálogo com a opinião pública. Parece fácil, mas para a maioria das corporações, entrar nessa nova forma de diálogo é algo inimaginável. Isso exige, por parte das empresas, uma abertura imensa, uma grande disposição para ouvir e, sobretudo, entender o que dizem da marca e de seus produtos”, complementa a especialista em comunicação corporativa.


Esta é a questão que está sendo encarada pelas companhias e pelas agências de comunicação: como estar presente no mundo virtual e dialogar com todos os públicos de forma eficiente já que os acontecimentos na internet são mais dinâmicos, rápidos e cheios de oportunidades e armadilhas.

O setor publicitário, por exemplo, tem sofrido bastante com as mudanças impostas pela ‘virtualização’ dos nossos hábitos. A televisão, que por muito tempo foi a vitrine das agências publicitárias, tem perdido para a internet como o meio preferido das pessoas de se manterem informadas e entretidas. Hoje, é muito comum assistirmos a televisão e utilizarmos o computador ao mesmo tempo, e na hora do intervalo, ao invés de ‘zappearmos’, acessamos a rede virtual em busca de assuntos de nosso interesse.


Dados da Association of National Advertisers mostram que os anunciantes americanos aumentaram os investimentos em mídias sociais. Em 2009, 66% dos responsáveis pelos investimentos utilizaram as mídias sociais, enquanto que em 2007 foram somente 20%. Em relação aos virais, 50% dos investidores utilizaram tal ferramenta no ano corrente, sendo somente 25% há dois anos. Outro dado importante mostra que 55% dos entrevistados disseram ter movidos fundos das mídias tradicionais para serem investidos nas mídias digitais, enquanto que 48% tiraram dinheiro de outros setores do marketing e outros 26% criaram um orçamento específico para essa área.

Recentemente, a Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) divulgou uma pesquisa que revelou que as agências brasileiras ainda estudam a melhor forma de usar a comunicação digital. Aparentemente, os comunicadores conhecem as ferramentas da internet, pois 88% dos entrevistados afirmaram conhecer de ‘moderado a muito’ o conceito de comunicação digital e 45% dos entrevistados pensam que as redes sociais são essenciais para traçar planos e rotas para os clientes. Já, 62% dos entrevistados atribuem ao cliente o maior problema de lidar com a rede – “falta entendimento, investimento e valorização das redes sociais como meio.”

Algumas empresas parecem não se encaixarem nesse perfil e já se destacam pelo empreededorismo no mundo virtual. A Intel Brasil, empresa fabricante de produtos tecnológicos como processadores para computadores, lançou o perfil no badalado Twitter. Segundo dados do Ibope Nielsen, em junho o Brasil liderava a penetração nesta mídia social com 5 milhões de usuários, à frente dos Estados Unidos. A ação faz parte de uma estratégia da Intel de penetração em mídias sociais e vem integrar outras iniciativas da Intel América Latina com páginas oficiais no Facebook, Youtube, Blogs, Flickr, entre outras.

A Nokia lançou no Nokia World, evento anual dos entusiastas de mobilidade, uma série de aparelhos móveis e serviços que promovem mudanças no modo de interação dos usuários com as novas mídias, como o Lifecasting with Ovi, um serviço de localização em colaboração com a maior rede social do mundo: o Facebook. Ele é o primeiro aplicativo que permite que os usuários publiquem suas posições diretamente no Facebook, a partir da tela inicial do aparelho. O serviço torna mais fácil o processo de registro e conexão no na mídia social, no qual os usuários se mantêm em contato e compartilham informações.

Outra companhia que ‘mergulhou’ com sucesso nas mídias digitais foi a Iveco, uma das maiores produtoras mundial de caminhões e a maior produtora de ônibus da Europa e que atua no Brasil desde 1997. Ela lançou o primeiro blog do segmento de caminhões do país e também se tornou a primeira montadora de caminhões do mercado a apresentar uma nova versão de produto, o novo Iveco Tector Stradale, exclusivamente via blog, sites e redes sociais.

Em entrevista concedida para o blog de relações públicas Ser.RP, o diretor de comunicação, propaganda e promoção da Iveco, Marco Piquini, conta um pouco sobre a ação desenvolvida pela empresa.

Ser.RP - Por que decidiram fazer o lançamento do caminhão Iveco Tector Stradale por meio do blog?
Marco Piquini - Porque a internet e as redes sociais estão crescendo muito e alcançando um número cada vez maior de pessoas. O poder de multiplicador da rede é surpreendente e procuramos utilizar ao máximo este poder de expansão da notícia.

Ser.RP - Qual foi o tempo de preparação da campanha, entre a idealização e execução?
Marco Piquini - Uma semana. Temos um núcleo interno de comunicação digital, comandando pela profissional Hellen Santos, e um fornecedor externo (Plan B). Da idéia à implantação precisamos de oito dias exatamente. Esta é outra das belezas da rede. A velocidade de implantação, além da velocidade de resposta.

Ser.RP - Qual o valor investido?
Marco Piquini - Muito pequeno. O blog (www.voceafrente.com.br) já estava no ar desde o lançamento da linha Tector em dezembro de 2009. Aliás, este foi o primeiro blog de caminhão do Brasil. O restante foi sangue, suor e lágrimas.

Ser.RP - Houve pesquisa sobre o tema antes de decidirem desenvolver a ação? O que ela apontou?
Marco Piquini - Por meio do Google Analytics nós levantamos os perfis dos visitantes de nossos vários sites: idade, freqüência, característica de utilização, e a partir daí bolamos nossas ações. Desde 2008 estamos investindo bastante na internet. Além do site corporativo (www.iveco.com.br), que aliás é o site Iveco mais freqüentado do mundo, temos hotsites para cada uma de nossas linhas de produto, além de um site exclusivo para busca de concessionárias Iveco no Brasil. Todos estes sites são lincados e estamos tirando o máximo proveito desta interação.

Ser.RP - Qual o público-alvo que a Iveco quer atingir por meio das redes sociais virtuais?
Marco Piquini - Certamente buscamos o caminhoneiro, por isso a estratégia de utilização do blog lincado a redes sociais, que se expandem. Existem centenas de blogs e comunidades de caminhoneiros na rede. Mas ficamos felizes de ver que nosso raio de ação foi muito além deste público.

Ser.RP - Quais as expectativas em relação à campanha?
Marco Piquini - Com esta ação inédita de lançamento buscamos impactar o mercado como se tivéssemos feito um lançamento tradicional, presencial.

Ser.RP - Qual o balanço que a Iveco faz da campanha até o momento?
Marco Piquini - Muito boa, mas nosso objetivo só poderá realmente medido após implantarmos todas as estratégias de divulgação, atração e manutenção de atenção que idealizamos. Vamos fazer um balanço definitivo no final de agosto.

Ser.RP - Será uma tendência da Iveco realizar estas ações?
Marco Piquini - Nunca poderemos deixar de fazer lançamentos presenciais. Afinal, o impacto da apresentação ao vivo não pode ser desprezado, especialmente num segmento como o de caminhões, onde os produtos são de grandes dimensões e despertam grandes paixões. Já imaginou curtir carros só pela internet? Não é possível, não é uma experiência totalmente gratificante. Você precisa ver de perto, colocar a mão. Mas certamente vamos explorar cada vez mais a rede para aumentar o alcance e o impacto de nossa comunicação.

Ser.RP - Como juntar a ação virtual com a realidade? Como a Iveco colocará o cliente em contato com o produto?
Marco Piquini - Não colocamos apenas o blog no ar. Nós envolvemos a rede de concessionários para que eles pudessem explorar comercialmente o momento da divulgação. Estamos agora realizando test-drives do Tector Stradale com a imprensa especializada. E muitas outras ações. Afinal, este é um caminhão que está á venda no mercado.

Ser.RP - Além do blog, quais os outros canais utilizados pela Iveco?
Marco Piquini - O site corporativo iveco (www.iveco.com.br), os hotsites de famílias de produtos (www.ivecotector.com.br, www.ivecostralis.com.br, www.ivecodaily.com.br, www.ivecotrakker.com.br), comunidades de caminhoneiros, outros blogs, twitter, etc. Além disso, exploramos a comunicação 360 graus, ou seja, divulgamos dentro da empresa, na rede de concessionários, junto aos jornalistas etc. Utilizamos nossas assessorias de imprensa para multiplicar o barulho.

Ser.RP - Qual tem dado melhor resultado em relação aos objetivos da campanha?
Marco Piquini - Ainda é cedo para medir, mas certamente o blog é o campeão até agora.

Ser.RP - Se tivessem utilizado as mídias tradicionais (revista, televisão, jornais), quanto teriam que investir para obterem o mesmo retorno conseguido com a campanha virtual?
Marco Piquini - Muito, muito, muito mais.

sábado, 12 de setembro de 2009

Exposição no CCBB: Gérard Fromanger - A imaginação no Poder. Maravilhosa !! É um verdadeiro show pictório!




" Uma análise crítica dos contextos sociopolíticos e culturais dos eventos que provocaram rupturas políticas na história moderna da França, inclusive sobre o levante de maio de 1968 e seus desdobrmentos no Brasil.
Ainda em discussão; as referências simbólicas da cultura visual daquele período: as últimas vanguardas nas artes plásticas francesas, suas relações com os outros centos de produção artistica do mundo, inclusive no Brasil."

Até o dia 15 de novembro de 2009 no CCBB de Brasília.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

TV Globo restringe uso de blogs,Twitter e outras redes sociais

Da Redação

A TV Globo divulgou um comunicado interno na noite desta quinta-feira (10/09), em que restringe o uso de blogs e redes sociais pelos seus contratados. A medida atinge tanto artistas, como jornalistas e outros profissionais da emissora.

“A divulgação e ou comentários sobre temas/informações direta ou indiretamente relacionados às atividades ligadas à Rede Globo; ao mercado de mídia e ao nosso ambiente regulatório, ou qualquer outra informação/conteúdo obtidos em razão do relacionamento com a Rede Globo são vedados, independentemente da plataforma adotada, salvo expressamente autorizada pela empresa”, informa o comunicado.

A Globo também exige autorização prévia para que os contratados possam ter blogs, Twitter e outras redes sociais vinculados a outros veículos de comunicação. “A hospedagem em Portais ou outros sites, bem como a associação do nome, imagem ou voz dos contratados da Rede Globo a quaisquer veículos de comunicação que explorem as mídias sociais, ainda que o conteúdo disponibilizado seja pessoal, só poderá acontecer com prévia autorização formal da empresa”.

A decisão gerou repercussão, mas até o momento somente artistas da emissora se manifestaram. A atriz Fernanda Paes Leme reclamou.“Não existe Arte sem liberdade de expressão!!”. “Blog, twitter ajudam o público a conhecer o artista por trás do personagem... eu vou continuar por AQUI!". Jornalistas procurados pelo Comunique-se informaram que ainda não haviam recebido o comunicado.

Apesar das restrições citadas, a Central Globo de Comunicação informou que não veda qualquer plataforma para o uso pessoal, mas que as ferramentas devem se limitar a isso. “A presença individual e particular dos nossos contratados deve se restringir, se desejada, exatamente a este universo, estando totalmente desvinculada da atuação na Rede Globo, nem tampouco associados a outros veículos de comunicação. Se essa separação clara não puder ser estabelecida, o uso dessas mídias fica inviabilizado”.

A emissora carioca alega que a medida tem o objetivo proteger seus “conteúdos da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores”.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Folha cria regras para jornalistas usarem Twitter e blogs

Izabela Vasconcelos, de São Paulo



O jornal Folha de S.Paulo anunciou em comunicado interno, que os jornalistas e colunistas do veículo devem seguir algumas regras ao usar redes sociais, como Twitter e blogs. A recomendação, assinada pela editoria executiva, é que os profissionais não assumam opiniões partidárias, sobre qualquer candidato ou campanha, e também veda a publicação de conteúdo exclusivo, acessível apenas para assinantes do jornal.

Os jornalistas que quiserem citar alguma matéria exclusiva poderão fazer referência ao material, publicando o link para o acesso do conteúdo na íntegra. “Não devem colocar na rede os conteúdos de colunas e reportagens exclusivas. Esses são reservados apenas para os leitores da Folha e assinantes do UOL. Eventualmente blogs podem fazer rápida menção para texto publicado no jornal, com remissão para a versão eletrônica da Folha”, explica o texto.

Um dos jornalistas da Folha aguardava pela decisão. “Já sabia que iriam fazer isso. Tinha muita gente abusando. Você não pode emitir opinião de uma matéria que você cobriu”, declarou.

Outro profissional do veículo também esperava esse tipo de orientação do jornal. “Esperava que adotassem uma medida nesse sentido, principalmente pelo direito autoral. A decisão não mudou em nada meu procedimento no Twitter. Eu não faço nada no Twitter que eu não faria na Folha”, revelou o jornalista, que acredita que o conteúdo exclusivo deveria ser liberado. “Seria bem mais proveitoso, mas essa é outra questão”.

Apesar de defender as orientações do jornal, o profissional afirmou que o veículo é rigoroso em relação à imagem dos jornalistas do grupo. “Excedem no rigor, tudo tem que pedir autorização, para entrevistas, palestras, enfim...".

Folha cria regras para jornalistas usarem Twitter e blogs

Izabela Vasconcelos, de São Paulo



O jornal Folha de S.Paulo anunciou em comunicado interno, que os jornalistas e colunistas do veículo devem seguir algumas regras ao usar redes sociais, como Twitter e blogs. A recomendação, assinada pela editoria executiva, é que os profissionais não assumam opiniões partidárias, sobre qualquer candidato ou campanha, e também veda a publicação de conteúdo exclusivo, acessível apenas para assinantes do jornal.

Os jornalistas que quiserem citar alguma matéria exclusiva poderão fazer referência ao material, publicando o link para o acesso do conteúdo na íntegra. “Não devem colocar na rede os conteúdos de colunas e reportagens exclusivas. Esses são reservados apenas para os leitores da Folha e assinantes do UOL. Eventualmente blogs podem fazer rápida menção para texto publicado no jornal, com remissão para a versão eletrônica da Folha”, explica o texto.

Um dos jornalistas da Folha aguardava pela decisão. “Já sabia que iriam fazer isso. Tinha muita gente abusando. Você não pode emitir opinião de uma matéria que você cobriu”, declarou.

Outro profissional do veículo também esperava esse tipo de orientação do jornal. “Esperava que adotassem uma medida nesse sentido, principalmente pelo direito autoral. A decisão não mudou em nada meu procedimento no Twitter. Eu não faço nada no Twitter que eu não faria na Folha”, revelou o jornalista, que acredita que o conteúdo exclusivo deveria ser liberado. “Seria bem mais proveitoso, mas essa é outra questão”.

Apesar de defender as orientações do jornal, o profissional afirmou que o veículo é rigoroso em relação à imagem dos jornalistas do grupo. “Excedem no rigor, tudo tem que pedir autorização, para entrevistas, palestras, enfim...".

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Você sabia que existe um museu de Relações Públicas em New York?



Este é endereço em New York:
The Museum of Public Relations
65 Broadway, Suite 899 / New York, NY 10006
voice 212.943.5858 / fax 212.430.3849

Enquanto não é possível visitar o museu, que tal passear virtualmente?
http://www.prmuseum.com/

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Marketing Cultural: das práticas à teoria, livro de Marcondes Neto

Reportagem do programa Bastidores com o autor, Prof. Manoel Marcondes Neto, alguns presentes ao lançamento do livro e flash do workshop do artista plástico Alberto Kaplan. Local: Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Data: 26/09/2002. Direção: Ricardo Léo.

Entrevista: Alexandre Azevedo Magalhães Costa

Titulação completa: Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso – FACHA (RJ); Bacharel em Turismo pela Faculdade da Cidade (RJ); Especialista em Administração Hoteleira pela UFBA / SENAC. Atualmente, é Relações Públicas na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF, em Recife (PE); Professor do curso de Turismo da Faculdade Frassinetti do Recife – FAFIRE e professor em curso de pós-graduação da Escola Superior de Relações Públicas – Esurp.

1. Qual seu conceito de Comunicação Organizacional?
No meu entendimento, Comunicação Organizacional é um campo de estudo e um conceito em contínuo desenvolvimento. Pode ser considerada uma atividade composta por múltiplos processos e ações das diversas modalidades de comunicação (segundo Kunsch: institucional, mercadológica e administrativa) desenvolvidas, de maneira integrada, no âmbito das mais variadas organizações.

2. Existiria, em sua opinião, uma concepção brasileira sobre Comunicação Organizacional? Se sim, quais seriam algumas características específicas? Se não, o que faltaria para isto?
Estamos caminhando para isso. Hoje, vários pesquisadores contribuem para a construção dessa concepção brasileira e a Abrapcorp tem sido um fórum permanente para essa discussão. O conceito de Comunicação Organizacional, no Brasil, está amplamente atrelado às Relações Públicas e suas teorias.

3. Quais os indicadores mais relevantes para se considerar a comunicação como efetiva e excelente numa organização?
Existem vários indicadores e podemos destacar alguns: participar das definições estratégicas da organização; promover a conciliação entre os objetivos organizacionais e as expectativas dos públicos; valorização da comunicação como fonte de informação e atividade estratégica; construção de relacionamentos sólidos; entre outros.

4. A comunicação vem sendo vista como uma área híbrida. Caso concorde, quais seriam outros conhecimentos que deveriam ser buscados por pesquisadores e profissionais? Se discorda, por quê?
A Comunicação Organizacional possui uma natureza híbrida de conhecimentos, ou seja, interfaces com os mais diversos campos das ciências: antropologia, filosofia, sociologia, administração, marketing, entre outros. Podemos destacar a relação clara com a Administração, principalmente no que diz respeito à elaboração de políticas, visão, missão e valores, ou seja, das decisões estratégicas da organização.

5. Que faceta(s) da comunicação organizacional contemporânea você consideraria como campo(s) promissor(es) de estudo?
Por ser uma atividade em permanente desenvolvimento, a Comunicação Organizacional possui, além das áreas tradicionais, vários campos promissores de estudo, entre eles: hospitalidade, sustentabilidade, ética, planejamento estratégico, mídias sociais e interações digitais, relações de gênero e pró-equidade.

6. Qual foi sua última publicação (livro, capítulo, artigo, resumo de palestra, resenha - impressa ou digital, independente de data)? Cite, por favor, título, local e temática central:
Artigo: Relações Públicas e Hotelaria. In: GALHARDO, Thales. Arrecifes dos Navios, Recife, 2009. O texto trata da relação entre a prática profissional de Relações Públicas e as atividades hoteleiras (o artigo também está publicado no site www.mundorp.com.br)

7. Que livro você está lendo agora? Qual sua motivação na leitura?
Vários de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, entre eles:
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e prática.
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias.
KUNSCH, Margarida. Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas.
KUNSCH, Margarida. Obtendo Resultados com Relações Públicas. (relendo)
Motivação: preparação do conteúdo das aulas da disciplina Assessoria de Relações Públicas, no curso de pós-graduação em Assessoria de Comunicação na Esurp.

8. Por favor, sugira um canal digital de conhecimento interessante em comunicação organizacional e relações públicas (portal, blog, lista de discussão, newsletter eletrônica, comunidade em redes sociais, micro-blogging, entre outros):
Há vários canais digitais interessantes hoje no Brasil. Posso sugerir a consulta e leitura a alguns deles: Portal Mundo RP (www.mundorp.com.br); Horizonte RP (http://horizonterp.ning.com); Portal de Relações Públicas (www.portal-rp.com.br); Clube do RP de Pernambuco (http://clubedorp.blogspot.com ou http://clubedorp.ning.com); Blog Innova Comunicação (http://innovacomunicacao.blogspot.com); Blog RPalavreando – Carolina Terra (http://rpalavreando.blogspot.com). Além dos sites da ABRAPCORP e INTERCOM.

9. Você tem participado dos congressos da Associação? Se sim, o que tem lhe agradado mais? O que pode ser melhorado - estrutural ou conceitualmente?
Participei dos dois últimos: BH e São Paulo.
O que mais agrada: a possibilidade de troca de experiências acadêmicas e profissionais; os convidados internacionais; a construção de um conceito nacional de Comunicação Organizacional e áreas afins.
Sugestões: Reestruturação dos GTs, a fim de equilibrar o número de participantes. Menor concentração das atividades em poucos dias, isto é, em vez de dois dias e meio, as atividades poderiam acontecer em três dias completos para evitar o cansaço durante as últimas atividades (p.ex.: o Fórum de Pesquisadores, à noite); buscar novas áreas de interface (ex.: Hospitalidade). Conceitualmente, o evento está bom.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A Bíblia do Marketing Digital



Tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar.
Edição: 1 | Ano: 2009
Editora
Novatec

O consultor e palestrante Cláudio Torres lança pela Novatec Editora o livro A Bíblia do Marketing Digital, um guia prático e abrangente que ensina o leitor a entender e a utilizar a Internet para o crescimento de seus negócios, e também a criar ações de marketing, comunicação e publicidade on-line, inserindo-se definitivamente no Marketing Digital.

A Internet tem crescido muito no Brasil nos últimos anos, e hoje, usar a Internet nos negócios não é mais uma questão de escolha, é uma questão de sobrevivência, embora muitas empresas ainda resistam a esta tendência. E o livro A Bíblia do Marketing Digital pretende justamente mudar este comportamento, mostrando às empresas, empresários e agências de publicidade a importância do como e do por que utilizar a Internet em seus negócios e estratégias.

O autor, Cláudio Torres, reuniu e organizou neste livro os resultados de sua experiência profissional nesta área, e procura desmistificar o uso da Internet em ações de marketing e publicidade voltada aos negócios, trazendo explicações graduais em cada capítulo, desde os conceitos básicos da Internet, incluindo a revolução da web 2.0 com os blogs, mídias e redes sociais, e trabalhando uma a uma as principais estratégias desta atuação.

Em A Bíblia do Marketing Digital o leitor encontrará orientações para entender quem é o consumidor que está on-line, como ele se comporta e quais as ferramentas on-line que empresas ou agências podem utilizar em suas atividades de marketing e publicidade e também como transmitir sua mensagem e atingir esse consumidor.

Sobre o Autor

Cláudio Torres é graduado em Engenheira Eletrônica pelo ITA, tem Mestrado em Sistemas pela USP, e fez pós-graduação em Marketing na Suécia. Atua como consultor e palestrante em marketing digital e mídias sociais, e desenvolve campanhas publicitárias na Internet para várias agências de publicidade. É Editor de vários blogs e portais, como o www.claudiotorres.com.br e o www.enochatos.com.br. É sócio de diversos projetos na Internet como a www.infobot.com.br, empresa de consultoria em marketing digital, o www.postexpress.com.br, plataforma de monitoramento de mídias e redes sociais, e o www.brichos.com.br, portal de entretenimento infantil da marca Brichos.

sábado, 5 de setembro de 2009

Falar ou não falar com a imprensa?

Sou um empresário de comunicação que atua há muitos anos nas atividades de Relações Públicas e Assessoria de Imprensa. Sou sempre o primeiro a sair em defesa da liberdade de expressão e da importância de um jornalismo livre e sem amarras. Mas o que fazer quando aparecem situações inesperadas e fora dos manuais do jornalismo das quais todo o profissional, pelo menos uma vez na vida, tem de lidar?

Tive recentemente uma reunião com o presidente de uma grande companhia (sem nomes, por favor) que sofreu o assédio da imprensa em uma situação inusitada. A empresa não havia feito nada de errado, estava absolutamente em dia com as suas obrigações. Mesmo com todos os meus (bons) argumentos e histórico de empresas que haviam passado pelo mesmo constrangimento não houve jeito. Ele estava disposto a agüentar a pressão e esperar para que o assunto desaparecesse (o que aconteceu dias depois). E me contou uma história.

Um dia ele recebeu a ligação de um grande amigo, dono de uma construtora. Disse-lhe que havia adquirido um grande terreno em S. Paulo e que o mesmo receberia uma incorporação em formato de torres residenciais. Tomou todas as precauções. Entrou em contato com a prefeitura de S. Paulo, pediu indicação para o melhor cartógrafo para que ele realizasse todos os estudos de demarcação do terreno, tudo absolutamente de acordo com a lei e com as regras de uma ocupação responsável, com respeito ao ambiente, conforme sempre fizera.

Ao finalizar a construção foi informado de que a incorporação estava “errada” – que uma área nativa de 200 metros quadrados havia sido delimitada de maneira irregular. O empresário mostrou toda a documentação aprovada, que havia sido realizada por cartógrafo indicado e autorizado por eles. Alguém, evidentemente, queria um “empurrão” para aprovar o “habite-se”.

A situação começou a sair do controle quando um dos compradores, justamente uma consumidora inadimplente – que havia pagado apenas três prestações iniciais – que foi à imprensa e reclamou que a incorporadora havia lhe enganado, que não podia mudar-se e que não tinha para onde ir. O empresário recebeu uma ligação de um programa “jornalístico” de uma grande rede (formato que combina repórteres improvisados e engraçadinhos com políticos e personalidades) que gostaria de lhe entrevistar para “esclarecer” o caso.

O empresário ligou para o presidente desta empresa que me contou a história. Pediu-lhe para perguntar o que fazia:

- Eu os atendo ou não?, perguntou o incorporador.

- De forma alguma, respondeu o executivo. Eles não querem esclarecer nada. Querem explorar o assunto, querem audiência.

- Mas eu não tenho o que temer!, retorquiu. Tenho tudo a meu favor. Só não poderei dizer que há alguém na Prefeitura que quer cobrar para me dar o “habite-se”, mesmo tendo eu feito tudo direito, dentro dos conformes …

- Não recomendo.

- Você me disse que conhece a direção da TV. Fale com eles, explique-lhes a verdadeira situação …

- Desculpe, mas o melhor é você não os atender. De nada adiantará falar com eles.

- Então está bem. Tenho outra idéia. Estudei com o apresentador em uma faculdade de Engenharia, quando ele lá esteve por um ano. Me pareceu ser um cara legal, decente. Vou ligar para ele e explicar-lhe. Tenho certeza que ele entenderá e produzirá uma matéria equibilibrada …

- Não faça isso. Você se arrependerá.

A conversa terminou. O executivo achou que ele aceitaria a sua recomendação. Dias depois, soube o que aconteceu. O incorporador, de fato, ligou para um dos apresentadores, que foi super receptivo, entendeu a questão e deu-lhe uma idéia. Ele o receberia na redação do programa na TV onde poderia explicar toda a situação.

No dia marcado, três ou quatro horas antes do encontro agendado, a secretária do incorporador, em pânico, lhe avisa que a “reportagem do programa” estava na recepção da empresa. Imediatamente, o incorporador chama o seu sócio, um executivo mais calmo e sem envolvimento emocional com o problema, e combina que ele atenderia a reportagem.

Ao recebê-los surpreende-se com a equipe de reportagem em tom persecutório ao lado daquela compradora de um dos imóveis, com um bebê no colo, em prantos e acusações contra empresários desonestos e desalmados etc.

O resultado foi um desastre. Em termos de imagem da incorporadora, em termos pessoais (o sócio que atendeu à reportagem teve de ser internado, por problemas nervosos).

Volto à reunião com o executivo. No meio da conversa argüi, em tom de blague, que ele deveria ter indicado a minha agência para administrar a crise. Mas é claro que saí da reunião incomodado com a história que havia acabo de ouvir.

Continuo firme na convicção de que chamar especialistas de uma agência de RP é o melhor procedimento para administrar graves crise de imagem como a da incorporadora. Há maneiras e maneiras de atender à imprensa – desde comunicados e “notas” à outras ferramentas.

Há 30 anos acompanho e administro o calvário de algumas delas em crises de comunicação. Todas as vezes me espanto com o despreparo de alguns repórteres e com a clara (má) intenção de destilar alguma raiva contra o “capitalismo selvagem” representada por algumas grandes empresas (não mencionarei aqui a grande maioria jornalística que exerce um trabalho equilibrado e que tem a sua importância e relevância reconhecida pela sociedade).

Todo o RP passa por situações muito difíceis, pois fica no meio das pressões – entre a imprensa e os diretores de uma empresa, que acham que basta falar a verdade (que muitas vezes não pode ser dita na sua completude, quando há tentativa de suborno envolvida) para que a imprensa entenda. E não compreendem quando tudo sai o oposto do que imaginavam.

Como explicar para estes empresários sobre programas que se apresentam como “jornalísticos” quando na verdade são comediantes da tragédia alheia, justiceiros travestis, arautos da verdade? Que jornalismo é esse?

Ora, dirão, desde que a imprensa é imprensa – leiam “Bel Ami”, de Guy de Maupassant para entender o que estou querendo dizer – há a exploração do contraditório, do exagero, da amplificação da tragédia em cujos elementos há a adição de repórteres jovens e justiceiros com editores céticos e interessados tão somente na finalização de seus materiais.
O que você faria em uma situação como essa?

Ricardo Braga

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Política na internet e o Blog do Planalto





Alexandre Inagaki

Nove meses depois de ser idealizado, Blog do Planalto estreia sem espaço para comentários.


A bem-sucedida campanha eleitoral de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos fez com que políticos de todo o mundo prestassem a devida atenção ao fato de que a internet, e em especial as mídias sociais, adquirem um papel cada vez mais relevante na formação de opiniões. Não à toa, é visível o número cada vez maior de políticos que criaram blogs e perfis em redes sociais como o Twitter, a ponto da Bia Kunze ter ironizado o hype atual com uma comparação irretocável: ‘Twitter não é paraíso fiscal, mas muitos políticos estão abrindo conta aqui?’.

Embora estejamos a um ano das próximas eleições, a internet brasileira anda movimentada como nunca na seara política. Recordo, por exemplo, os recentes escândalos protagonizados pelo presidente do Senado José Sarney, que motivaram a criação do movimento #ForaSarney no Twitter. Com resultados pífios, como era de se esperar de uma ‘revolução com a bunda no sofá’. A recente criação do polêmico Petrobras Fatos e Dados, blog no qual a estatal petrolífera divulgou perguntas que haviam lhe sido enviadas por jornalistas de veículos como O Globo e a Folha de S. Paulo antes da publicação das matérias, também acirrou discussões. De um lado, há os que citaram um possível ‘fim da imprensa manipuladora’ em meio ao ‘desespero da mídia’; de outro, os que falaram na iniciativa da Petrobras como ‘manobra política tática’ e ‘acossamento’ oriundo de um suposto ‘aparelhamento petista’.

Em meio a esse cenário, eis que justamente no Blog Day, celebrado dia 31 de agosto, entrou no ar o Blog do Planalto, novo canal oficial de comunicação da Presidência da República. O site, que segue as pegadas do blog da Casa Branca do governo Obama, já vinha sido atualizado desde abril, mas só hoje, após diversas avaliações internas e ajustes de layouts e textos, foi enfim aberto para a visitação pública, com direito a um vídeo em que Lula em pessoa dá as boas-vindas a todos da sociedade brasileira que ‘viajam na internet’.

O Blog do Planalto, que estreia oficialmente nove meses após sua idealização, entrou no ar com uma respeitável carga inicial de conteúdo, incluindo uma entrevista exclusiva com Maria da Penha Maia Fernandes, biofarmacêutica vítima de violência doméstica que inspirou a criação da Lei 11.340 (que legisla sobre agressões contra mulheres), e um singelo vídeo no qual um garoto interrompe uma conversa entre Lula e Regina Casé a fim de perguntar quantos dedos o presidente da República tem.

A equipe responsável pelo projeto é formada por diversos profissionais experientes na área de blogs, a começar pelo seu coordenador, o jornalista e ex-assessor de imprensa do Greenpeace Jorge Henrique Cordeiro, do blog O Escriba. O webdesigner é Daniel Pádua, que em 2002 tornou-se um dos primeiros brasileiros a ganhar destaque internacional na blogosfera com a criação do BlogChalking, ferramenta de localização geográfica de blogueiros. A equipe conta ainda com Daniel Carvalho Duende, que coordenava a área em português do Global Voices Online, Maiana Diniz, que já trabalhava na Secretaria de Imprensa do governo, e o programador Marcos Machado, da Empresa Brasil de Comunicação.

Espero que a Secretaria de Comunicação Social do Planalto perceba o quanto a ausência de uma área de comentários ou, pelo menos, a implementação de um fórum de discussões ou de um Ning faz falta. Afinal de contas, a maior razão de ser de um blog é o fomento a debates e conversações, que fazem com que a comunicação não venha em mão única, como na mídia tradicional. Por enquanto, há apenas uma área para a inserção de pingbacks e trackbacks oriundos de outros blogs.

Até compreendo a inexistência de um espaço de comentários. Afinal de contas, o grande dilema em ações envolvendo mídias sociais é o temor do recebimento de críticas negativas que invariavelmente pipocam aqui e acolá. Porém, é importante ressaltar que esses feedbacks sempre existiram e sempre existirão; qualquer empresa ou instituição como o Governo Federal deve ter a consciência de que unanimidades são utópicas. Torço para que os responsáveis pela implementação do Blog do Planalto percebam isso e permitam a criação de um espaço para comentários, ainda que sejam previamente moderados, a fim de propiciar um uso mais democrático e interativo do novo espaço.

Do mesmo modo, espero que seja criado em breve o Twitter oficial do Planalto, seguindo os exemplos da Presidência de Portugal e da Casa Branca norte-americana. E que ele seja utilizado da forma apropriada, levando-se em consideração que o Twitter é uma ferramenta de interação visualizada por um plenário repleto de pessoas críticas que anseiam por diálogos e usam o site como meio para externar reclamações e cobrar ações e iniciativas; Xuxa Meneghel e Aloizio Mercadante descobriram, ainda que a fórceps e à sua revelia, como funciona o Twitter.

Por certo ainda há muito a ser aprimorado no Blog do Planalto. Mas a iniciativa é, sem dúvida nenhuma, louvável. É como bem resumiu Tiago Casagrande no post no qual comentou o blog da Petrobras:

‘MAIS INFORMAÇÃO = BOM;
qualquer tentativa de controle da informação = fracasso instantâneo ou iminente.’

Por fim, torço para que o Blog do Planalto represente uma efetiva proximidade do governo com a sociedade brasileira, escapando do risco de se tornar uma mera ferramenta com interesses eleitoreiros. Os responsáveis pelo projeto certamente estão cientes de que paus e pedras serão lançados, sem a menor piedade, pelos opositores ao governo caso encontrem uma vírgula ou um acento no lugar errado. Sintomas, no mais, de tempos em que discussões políticas lamentavelmente se assemelham mais a bate-bocas de torcidas organizadas de futebol ou debates acalorados em diretórios acadêmicos promovidos por xiitas e xaatos. Um cenário empobrecedor, que me faz recordar das palavras de Tiago Dória acerca destes novos tempos na comunicação:

‘Podemos ficar acostumados a ouvir somente o que gostamos (posso ouvir só a música que gostei), a ler somente o que ratifica a nossa visão de mundo (leio apenas matérias avulsas), e isso faz fechar nossa visão de mundo. Lemos, ouvimos e assistimos apenas àquilo que reforça o que já acreditamos. Polariza um pouco as coisas.’

Do naufrágio ao pós-naugrágico- Comunicação interna, crises e valores

A literatura que discursa sobre o papel da comunicação interna na gestão de crise é vasta e de grande utilidade, seja para analisar o tema desde o ponto de vista teórico, seja para obter recomendações aplicadas na vida real. Exitosas ou não, de todos os casos é possível extrair um aprendizado, desde que haja um estudo detalhado e envolto em um espírito crítico e autocrítico.

Além disso, cresce em grande escala o número de documentos que expõem a relação entre a crise e os valores corporativos e pessoais de quem precisa enfrentá-la. Em geral, pretende-se mostrar nesses textos a posição privilegiada em que se encontram, diante de uma crise, as organizações e pessoas que apresentam uma história arraigadas a fortes valores e estrutura, sem nunca haver renunciado a sua identidade.

Acima de qualquer argumento, conquistar uma reputação de confiança permite enfrentar cenários turbulentos com um melhor desempenho.


Comandantes ou magos corporativos: os gestores de confiança

É preciso dar razão a Stephen M.R. Covey na escolha do título de um dos seus livros mais lidos: “Fator confiança: o valor que muda tudo”. É certo dizer que a confiança não só é a variável que reduz a complexidade organizacional, como também é um fator insubstituível. A tecnologia pode ser remediada, assim como os recursos financeiros e logísticos, mas a confiança não. Isso porque a confiança é questão de história, de trajetória. Só por meio de um caminho percorrido é possível fazer com que as pessoas incorporem como próprias os objetivos da empresa, ao mesmo tempo em que a empresa tome como suas as necessidades das pessoas.

No fim das contas, sempre vamos ao encontro da sabedoria dos antigos pensadores gregos, como a de Covey, ou como a que se vê em “Se Harry Potter dirigisse a General Electric”, de Tom Morris. Sem credibilidade enraizada em valores é extremamente difícil sobreviver em tempos de crise, pois sem credibilidade é impossível gerar confiança.

Além disso, alguns desses textos destacam que não há uma cultura fundamentada em princípios sólidos, com uma comunicação interna que apensas discursa sobre seus valores. Há a necessidade de que a organização viva seu valores e que os transmita de forma persuasiva, sem limitar-se a pontuá-los em uma notificação. É preciso mostrar os valores como bens desejáveis, apetecíveis àqueles que precisam levar adiante os esforços necessários para transformar os valores da empresa em fatos incontestáveis.

É possível também encontrar muitos autores que traçam, em suas obras, um paralelo entre as análises filosóficas e sociológicas de sociedades que se caracterizam por valores débeis e o êxito daquelas organizações que, mesmo contra a maré instituída pela moda, insistem em apostar na comunicação interna para desenvolver uma cultura profissional sólida.


Crise e valores: o lado negro da força

As relações entre a crise, os valores e a comunicação interna vêm sendo analisadas de diferentes pontos de vista, todos eles necessários. Parafraseando Star Wars, o aspecto menos considerado refere-se ao lado negro da força, já que os valores das pessoas e das organizações estão suscetíveis a mudanças durante uma crise.

Por mais estranho ou paradoxal que pareça, G.K Chesterton considerava que a mais bela visão de Robson Crusoé se dava no momento em que acontecia a recontagem dos restos do naufrágio: “O melhor do livro está na lista de restos salvos do naufrágio. O mais lindo poema é apenas um inventário”. A crise não deixa ninguém ileso, seja qual for a sua natureza. É ingênuo pensar que tudo voltou ao normal porque o nível de vendas voltou a subir ou porque as perdas foram minimizadas ou porque ninguém mais comenta sobre os colegas demitidos meses atrás.

Assim como o ocorrido a Ulisses em seu retorno a Ítaca, as asperezas da vida deixam cicatrizes. Isoladas, muitas vezes não são notadas, mas quando juntas, tornam-se as marcas permanentes pelas quais somos reconhecidos. O que acontece às pessoas acontece também com as organizações. As crises desafiam a todos e, como acontece após as tempestades em alto mar, quando o vento e as ondas se acalmam, chega o momento de avaliar os danos e repará-los. Só assim é possível seguir em frente, voltar a um ponto de equilíbrio, unindo o que se separou, mesmo que esse reparo seja precário e provisório, até que a cicatriz que fechará definitivamente a ferida aconteça.


Logo após naufrágio, a recontagem

Os departamentos de Comunicação Interna são os mais preparados para levar adiante, junto com as áreas de Recursos Humanos, a mensuração das perdas e para listar as reformas necessárias, fixando prioridades, meios e prazos.

Reconstruir a cultura da organização só é possível caso se assuma, pelo menos como hipótese, que é necessário questionar sobre o que foi desconstruído o que se entende, etimologicamente, pela palavra cultura: o verbo colere, origem de “cultura, “cultivo”, “culto”, palavras que trazem em comum “cuidar” nas entrelinhas.

O cuidado é, por meio de uma visão global, panorâmica e abrangente dos efeitos, uma das virtudes das mais importantes em um líder após o naufrágio. E a comunicação interna ouve com atenção os ecos do acontecido para assim tecer uma solução. Disse Nietzsche: “encontrar alguém pra fazer uma festa, não é o mais difícil. Difícil mesmo é encontrar alguém que realmente se divirta com ela”. Levando essas palavras em consideração, podemos dizer que não há grandes dificuldades em se salvar de um naufrágio, mas sim sobreviver aos inúmeros naufrágios que sofremos na vida. E somente o cuidado mútuo é que tornará possível realizar os pequenos milagres da vida cotidiana.


Natalia Hopkins é diretora da AB Communicaciones.