Comunicar do infinitivo latino communicare, cujo significado é, transmitir ao outro. Transmitir, seja o que for, uma idéia, um projeto, ou um serviço, nem sempre é tão simples quanto parece. Então, com o intuito de auxiliar nesse desafio constante, que é comunicar ao público alvo ou simplesmente nas relações interpessoais a mensagem que se deseja, a RP Consultoria oferece serviços afim de facilitar a comunicação. Os serviços oferecidos estão postados no primeiro post do blogue.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Trailer e sinopse do filme Mar Adentro que será tema de ensaio dos alunos da disciplina de Estudos de Opinião Pública do curso de Relações Públicas
Se você é do tipo que lê a sinopse antes de sair de casa, já senta na poltrona sabendo o final de Mar adentro. E se for mesmo esse o seu caso, as lágrimas não vão surpreendê-lo pois essa é a história de alguém que quer morrer. Esse alguém é Ramón Sampedro (Javier Bardem), um ex-marinheiro tetraplégico para quem o sentido da vida se perdeu há 26 anos e que, agora, luta na justiça para legalizar a eutanásia e finalmente poder "morrer com dignidade". Ramón era um mecânico de barcos que aos 20 anos já dava a volta ao mundo e aos 26, num mergulho em águas rasas, instalou-se para sempre numa cama, entre as quatro paredes torturantes de seu quarto.
Desde então a vida para ele é uma "humilhante escravidão" e sua única fuga são os sonhos e a vidraça que separa o seu mundo do alheio. Esse é um drama em que morte e vida digladiam-se o tempo todo e, para nós, que queremos tanto viver, o espírito suicida de Ramón parece incompreensível; até percebermos que a liberdade era o sentido de sua vida e, perdendo-a, o que lhe resta não é mais vida, mas sua migalha. O passado livre e vívido vem e vai, invadindo sua memória e depois ficando para trás, em preto e branco nas fotografias. Nessas quase três décadas de clausura, houve tempo suficiente para pensar em tudo e decidir-se pela morte, e o filme nos torna partidários dessa idéia, quase cúmplices do personagem.
Porém, a grande contradição é que nosso suicida seja um homem tão vital, tão lúcido, tão inteligente e sedutor, que recorre sempre ao humor (negro, geralmente) e faz o mundo ao redor girar e a vida de todos fazer sentido. Além de também ser dono do sorriso mais doce da Espanha. E é esse sorriso a primeira coisa que encanta Julia (Belén Rueda), uma advogada que, por causa de sua doença degenerativa, se solidariza com a causa de Ramón. Ela pergunta: "Por que você sorri tanto?". A resposta é desconcertante: "Aprendi a chorar com sorrisos". Logo também chega Rosa (Lola Dueñas), uma operária solitária que o procurou para demovê-lo da idéia, depois de tê-lo visto na TV. E ambas se apaixonam, ao mesmo tempo em que nós. E até mesmo em quem já sabe o fim da história, nasce a esperança de que o amor impeça a tragédia.
Há momentos arrepiantes, como a viagem imaginária embalada pela ópera Nessun dorma de Pavarotti, ou quando Ramón acorda aos gritos de "Por que eu quero morrer?", as belas cenas de amor, a silenciosa despedida da família, ou quando Ramón lê para Julia seu poema, que empresta o título ao filme. "Pero me despierto siempre, y siempre quiero estar muerto, para seguir con mi boca enredada en tus cabellos". O coração gela.
A história é real, com algumas pinceladas de ficção. Mais uma vez a morte é trazida como tema pelo diretor (e roteirista, junto com Mateo Gil) Alejandro Amenábar, o mesmo de Os Outros e Preso na Escuridão. Porém, dessa vez ele vem mais ambicioso. Em algumas passagens tangencia o sentimentalismo, mas a maior parte do tempo consegue ser brilhante. Sua parcialidade às vezes é exagerada, trazendo poucos e fracos argumentos contrários, fáceis de serem contestados. Em contrapartida, a perfeição está em Javier Bardem, esse espanhol de 34 anos, já igualmente queridinho em seu país. Para o filme teve de aprender sotaque galego e passar uma média de 5 horas diariamente na maquiagem para que pudesse envelhecer 20 anos. É um personagem que passa 90% do filme imóvel sobre a cama, limitado a falas e expressões. Mesmo com tais limitações, a atuação consegue ser sublime.
Bardem merecia o Oscar, mas nem sequer foi indicado, além de ter perdido o Globo de Ouro para Leonardo DiCaprio (por O Aviador). Mas Mar Adentro, com orçamento de pouco mais de 13 milhões de dólares, ganhou o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro, teve duas indicações ao Oscar (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Maquiagem) e recebeu 15 indicações ao Goya, o Oscar espanhol, das quais venceu 14. Amenábar vem com tudo. Almodóvar que se cuide.
Ficha do Filme Mar Adentro:
Título em Português: Mar Adentro
Título original: Mar Adentro (The Sea Inside / Mare Dentro)
País: Espanha | França | Itália
Idioma: Castelhano | Galego | Catalão
Ano: 2004
Direção: Alejandro Amenábar
Roteiro: Alejandro Amenábar e Mateo Gil
Gênero: Drama
Elenco: Javier Bardem (Ramón Sampedro) | Belén Rueda (Julia) | Lola Dueñas (Rosa) | Mabel Rivera (Manuela) | Celso Bugallo (José) | Clara Segura (Gené) | Joan Dalmau (Joaquín) | Tamar Novas (Javier 'Javi' Sampedro) | entre outros.
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